terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Íntimo desconhecido e sagaz homem sem razão!

Nadava em piscina olímpica. Saltava de ponta, ia até o fundo e emergia de novo repetindo o gesto em atividade e profundidade; Lembrava-se de como era intenso. Pensava o quanto antes sentir-se sujeito a outros sentimentos não tão densos. Tenso, tenso... Só de pensar em se enrroscar em outros emaranhados e tufos de cabelos, nadava para mais longe... Ria do mistério, abraçava desconhecidos íntimos, afastava dores ainda salivando dissabores; Assim seria mais fácil, mais cômodo! Então nadava um pouco mais. E nadava... Tinha fôlego! Sentia felicidade em não buscar sentido algum para nada. Rogava surrealismos juvenis e coloridos artificialmente por seus dedos escorregadios - parece até que gostava de vê-los perder-se por tantos dedos. Apontava à superfície não como saída, nem fuga. Seria retorno à realidade? Então sentiu um cheiro de café e acordou.

--
Era, assim...

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Mira adiante e passa; Logo chega outra graça!


Viagem de miragens dispersas e horas que não passam.
Miragem de viagens lisérgicas que mais querem-me saltar os olhos.
Um Sol de Quarta acorda revelando algumas antigas fotografias na parede.

Percurso modificado, itinerário mudou-se, sim(!)
Horários decodificados... Colegas de trabalho, cadê?!
Vida profissional noves fora mudanças.

A luta, esses pés cansados de andar topando...
A vida, essa coisa sobrenatural de andar sorrindo...
A dor, essa delícia de queixa sempre no crivo do 'experimentador'.


^^

Dicas Cyber-Humanóides (Parte 1)




Saiba como se tornar um PsyZêro de verdade!
Galera, é tudo brincadeira; (Ou não!)


1 – A palavra Vibe (Vaibe) deve fazer parte do seu vocabulário por tudo o sempre e a cada 5 minutos vc deve repeti-la com fé;

2 – Vc tem de ter no mínimo uns três óculos escuros, d’aqueles bem grandes e bem bisonhos (Vale de camelô, tb. Bobagem!);

3 – As cocotas tem de comprar aquele coturno da hora, uma calça camuflada, um top(zinho) e o óculos de camelô tb vai muito bem;

4 – Vc tb pode comprar uma calça camuflada, mas assim... Em vez do Top, compre pelo menos uma camisa tamanho ‘P’; Certifique-se de que ela ficará bem em cima do seu umbigo;

5 – Se vc só conhece o Psy mesmo, invente uns nomes para as outras vertentes, tipo: Psy Hard, Electro Trance, Deep Psy, sabe ‘’coé’’?! Isso faz vc parecer entendido do assunto, mesmo que vc não saiba de porra nenhuma;

6 – Não faça carão! JAMAIS!!! Sorria sempre! Aquele sorrisão bem idiota merrrmu, saca?! Carão é coisa de viado e viado gosta de House (reza a lenda);

7 – Passe a adorar e idolatrar todos os cutucadores de botões (Djs) do estilo e passe a falar sobre equipamentos, mixagens... Claro, isso é a grande novidade do momento, mesmo que toda essa merda já exista há mais de vinte anos, quem se importa?! Vc conheceu agora, e ai?!

8 – Chega de pessimismos; A vida é linda e colorida. (É muito importante lembrar disso); Boas vibrações, P.L.U.R., Cogumelos dançantes, sorridentes e falantes;

9 – Compre pelo menos 5 camisas hindus, de preferência 2 do Deus da riqueza, Ganesh; Um toque: As estampas com a Shiva ficaram démodé;

10 – Dance como se estivesse matando baratas, amassando cacau ou tocando piano no Ar; (Não esqueça o sorrisão no rostão. Agora o 'Rebolation' te dominou!

11 – Sempre tenha uma garrafinha d’água à mão. Vai parecer que Vc é Ô cara descoladão que tomou Bala (Ecstasy), mesmo que a sede só vá dar as caras quando vc chegar em casa; (Ou não!)

12 – Antes de chamar pelo nome dos seus amigos, acrescente a palavra Psy; Tipo: ‘Vem cá Joãozinho Psy!’ ou, ‘Vc viu a Aninha Psy fritulenta por ai’!?

13 – Aprenda a rodar uns Poi (Malabares). De preferência swing quente; Depois vc vai treinar cuspir fogo; Faz parte!

14 – Peça pra que seu amigo tire trocentas fotos suas andando na rave. É extremamente importante lembrar que as fotos devem parecer que Vc não sabia que estava sendo clickado, e que sua tatuagem do Ohm e seu Oakley falsificado tem de aparecerem nas fotos, do contrário tudo foi por água abaixo! OBS: Em alguma das fotos apareça tricando os dentes ou fazendo caretas, okey?!

15 – Na hora d’aquele ‘Laivi’ maravilhoso feche os olhos, faça biquinho, pule e grite: Uuuhhhuuuuuuu, acelera Jesus!!! Todos acharão o MÁXIMO! Bote fé!!!

16 – A palavra ‘preconceito’ deverá ser usada em todas as suas desculpas, mesmo Vc sabendo bem o significado dela;

17 – Agora Vc já faz parte da Matrix; acredite veementemente nela... Mas não conte isso em casa, pros seus pais;

18 – Compre uma cartucheira ou pochete maior que sua mochila de camping. Vc precisará dela pra guardar algumas coisinhas...

19 – Na hora que Vc começar a ouvir ‘vozes’ na Rave, corra até a caixa de som esquerda e tente entrar nela; Pode ser o primeiro de muitos chamados que virão; OBS: Certifique-se de que tem alguém filmando!

20 – Ráh! Saia da Rave e volte pra casa sem beijar nem comer ninguém, afinal o que importa é transceder, mano! Transceda, então!

21 – Use esta palavra tb: Transcedência - mesmo que Vc não saiba que Raios possa ser isso;

22 – Jogue-se na lama vez em quando, tipo feito o que Vc faz com os outros estilos da E-music, acreditando sempre que o Psy é a salvação do mundo e o Prog é uma macumba ruim que o cara lá em cima (Dj) tá tocando pra te dar uma Bad;

23 – Tenha pelo menos três Bads por mês; Use esta palavra Bad, tb para se referir a algo que te fizeram de ruim. Ex: ‘Ah! Renatinha fia da puta! Me deu uma BAD!!!! Ficou de me vender 20 balas e na hora H, só me passou 18, vadia!’ – Ta ligado?! É por ai!

24 – Não esqueça NUNCA: Quem não gosta de Rave é pq nunca foi a uma; Não é verdade, minha gente?! OBS: Completando a dica, acredite que raves só existem no interior do Cazaquistão, por isso ninguém nunca foi a uma de verdade – quer dizer, só Vc foi, né?!

25 – Destrua, assassine, pise e cuspa na língua portuguesa quando vier ao orkut comentar sobre a ‘vaibe iradiçíma da Reivi de hontem a noite’; Quem se importa com o português é a mulher dele, né?!

26 – Defenda o Psy com unhas e dentes; O Psy não é modinha. Já temos até o dia mundial do PsyTrance, né?!

27 – Aproveite a nova onda da nova novela das Oito da Globo, e passe a falar sobre hinduísmo, mantras, chamanismo e afins; É cool!

28 – Acredite que a Bala faz vc aumentar seu elo espiritual com o universo e sem ela, Vc e merda são uma coisa só!

29 – Nada estará perdido; Mesmo sem Bala acredite que o Vick Vaporub tb te deixa em transe e aquele friozinho entrando é pura transcedência; ( É importante ter certeza de que o que está entrando mesmo é o friozinho do Vick...)

30 – Entenda que qualquer festa que esteja rolando um tuntis tuntis é UMA RAVE! Isso vale tb para aquele microsistem ligado no 10, tocando Paul Van Dyk pra vc e mais três gatas curtirem uma breja;

31 – Não esqueça do pirulito; Afinal pirulito relaaaaaaaaaxa agente! Obs: O pirulito deverá ser da cor vermelha, do contrário vc estará sendo démodé e cairá no esquecimento transcentário mundial;

32 – Tenha a certeza de que TODOS os pés-rapados que estão na Rave ao seu lado são os mais bem-sucedidos Freaks da cidade; Sorria!

33 – No ápice da verborragia da dor da delícia de Ser aquilo que Vc já é, grite: Frita, baitola! Mesmo que vc não esteja fazendo um Ovo mexido;

34 – Fritar é o que há! Derreter é inevitável...

35 – Defenda arduamente que o Psy é realmente psicodélico, e que a Janis Joplin, o Jimmi Hendrix e o The Doors foram puras invenções da cabeçinha de vento do Monteiro lobato quando ele resolveu escrever o Sítio do Pica-Pau Amarelo;

36 – Acredite que todos os djs/produtores de Psy são realmente músicos e entendem de instrumentos; Isso valerá incontestavelmente que o Skazi e o Eskimo são os mestres de toda a teoria musical já criada na terra;

37 – Jure de perna aberta que Psy Trance e Trance não são e nunca foram a mesma coisa;

38 – Entre nas comunidades anti-Psy do Yakut e defenda seu genero eletrônico favorito, alegando sempre que ELES TEM PRECONCEITO pelo o que vc é e/ou FAZ;

39 - Durante as discussões nas comunas anti-psy, sempre acredite que o que vc diz está sendo levado mto a sério, e que suas palavras realmente tem fundamento, assim como seus argumentos;

40 – Tenha a convicção exata de que Vc não é o motivo das piadas dos que não aturam mais PsyTrance, afinal Vc é o centro das atenções, aquele que sabe o que é SER superior; Aquele que transcede e filosofa sobre a mosca azul... Melhor, vc é a prega do cu da Gretchen, e Ela chora sentindo tua falta;

41 – Ouça Psy ao acordar, na escola, no trabalho, no ônibus, no carro do seu pai, na casa da sua avó, em todos os lugares; Afinal ela é a trilha sonora da sua vida e NÃO existem outros gêneros musicais melhores que este;

42 – Entenda que Vc está perdendo dinheiro e tempo não sendo o próximo figurante contratado pela Igreja Universal para a sessão DESCARREGO, afinal dançando Vc já está interpretando o mais genuíno exorcismo TRANSCEDENTAL AL AL AL....

43 – Se Vc tem um carro, jogue contra os forrozeiros chatos, abra o porta-malas e transceda! Ponha o Som mais alto que o deles, afinal o PsyTrance é ‘istáili’ total e aqueles olhares te recriminando é pura inveja de Vc;

44 – Defenda a teoria de que nas Raves a GRANDE minoria é que se droga e acredite que Vc não faz parte dela;

45 – Despreze, apedreje, cuspa e torça o bico quando alguém mencionar a palavra Minimal; Minimal não poóódi, Minimal não é transceder!

46 – Abrace todo mundo, inclusive árvores e pessoas desconhecidas; Se rolar um clima beije tb, não importa se é Homem, Mulher, papagaio ou cachorro, afinal beijar é transceder!

47 – Na hora de baixar o nível, xingar e ofender um ANTI-PSY use a palavra Lixo; Use-a com emoção e deixe que a mesma saia redonda... “Lixo”! Ponha mais arrogância... Chamar o ‘irmão’ de Lixo, hj em dia, só pq o cara não curte tanto o teu som favorito é transceder num mundo de bobos e felizes;

48 – Seja fã (leia-se fanático) por todas as vertentes do psyTrance, não importa se é fulão, groovão, darkão, mornão ou ray-tekão...

49 – Desenvolva um estranho comportamento diante de computadores, máquinas e botões... Quando ver um vinil grite: Carááááálhosss, ainda existe isso?!

50 - Depois de uma surra de argumentos, saia de fininho dos tópicos, achando que vc realmente conseguiu rebater algum deles, e se vc for mais retardado ainda, volte no tópico e continue a postar asneiras, contradizendo toda aquela sua idéia de Transcedência sedentária!



Vruumm!

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Lista de excelências máximas!

1. O poente além dos monólitos de Quixadá e lá ficar parado, olhando tal encanto, enquanto o incêndio da tarde amortece outras vontades;

2. O cheiro de algas no vento vindo frouxo lá das profundezas do mar, bem no início das manhãs de julho, com um sol desenhado e pintado com amarelo queimado;

3. O beijo como num primeiro selo de cada paixão e desejar de novo todo dia... Inaugurar dedos e ritmos novos, ter cãimbras de prazer;

4. Acordar tarde, espreguiçar-se, esticar-se e enlaçar-se outra vez tornando a dormir. Gato de colo, no meu colo... Gato em poltrona, gato em mesinha, gato em varanda e outros pequenos miando meu nome por ração. Uma outra razão;

5. O exato momento da penetração, então! Entre gritos e confusões de sentidos, ansiando até abandonos e perca de memória, tempo, espaço, ou outros medos de viver... Vez em quando esquecer meu nome;

6. Estar com as dores do corpo em silêncio, ou nunca mais ser importunado por tais. Paz no hipocôndrio de minha mãe, trégua em meu tabagismo diário, articulações em repouso e marcas do tempo acenando e tchau!

7. Chegar em Pratigí neste dezembro, colorir todos os risos envolto a tal felicidade que me é de direito, um universo paralelo que mora dentro da gente. Caminhar até o mar de calor e voltar satisfeito com o sal que me tempera;

8. Dançar enlouquecido, pés descalços vira dentro orvalho de madrugada, sol navalha cortando os coqueirais e perceber a música nascendo da grama ou movendo na areia até entrar dentro de mim;

9. Fumar plantinhas e tomar skol gelada, mastigando cada gole, lambendo os lábios e depois repetir várias vezes a delícia da delícia da delícia...

10. Sentir-se sujeito de literatura nômade. Poder ir e vir e dinheiro sobrando na mochila recheada de sonhos.


Vrumm

Quem?!





Chamava-se Márcio de batismo e carona. Outro fedelho nascera antes com mesmo nome e já corria pelos corredores amarelos da velha casa no sertão urgente da pequena Quixadá; Este era de família emergente, enquanto o outro, no máximo: Inconseqüente. Filho de pais divorciados. Sua mãe tornara-se solteira antes de seu segundo aniversário. Mais tarde ele aprenderia o que seria um divórcio e outras palavras não menos densas conotando separações e rupturas; Litígio era chique de se ouvir, amargo de se entender... Era Márcio pois o filho do padrinho também era. Era errôneo, pois quando como repetia incessantemente sua bisa: ‘Pau que nasce torto...’



Humano Solaro amarelo, gestos indigestos, energia galáctica, castelo azul oeste do queimar. Temperamento singular, sorriso sempre largo, abraço forte, alegrias urgentíssimas, tristezas de abismos incomensuráveis. Era, mesmo assim, harmônica trinta e oito - astrologicamente banal - mas leonino de juba afoita de impossibilidade domesticável, não fosse (bem lá no fundo) sujeito acometido de amor e muito carinho; Isto nunca lhe faltou! Garoto meio arredio, meio meigo, meio bruto, meio sem zelo, meio ao meio. Fora nuvem passageira, fora livre arbítrio, fora música boa para os ouvidos, fora um pouco disso e tanto d’aquilo que chamamos Ser Humano complicado; Pois cada um é! A testa franzida contestara dentre outras contrárias e (supostamente) errôneas opiniões algo que não se alcançava ou se entendia. Mas se sentia. Viajava fardos acontecimentos, flutuava com leves lampejos de desejos...



Nostalgia lisérgica era o vento balançando a goiabeira do quintal do velho Prautílio. Seu avô amado; Amolador de tesouras, arquiteto de relógios antigos – antigo amigo do Cego Aderaldo. Pai de seu Pai - Uma das tantas lembranças boas que ficou do avô. Desumano de saudade imensa, intensa. Um sujeito imenso, intenso. Um coração vagabundo, uma pedra rara de paciência rasa. Filho de Fátima. Filho da mulher Fátima: Fátima de força, Fátima de luta, Fátima de amor maior e zelo exacerbado... Sempre lambera sua cria como se algo por toda vida o ameaçasse. A batalha pela criação, os atropelos da educação, os desenganos e injustiças da criação... A necessidade da Recriação e agora da recreação. A palavra a favor da palavra, a metáfora a favor da incerteza da beleza de Ser aquilo que é.



A barba moldara falhas e tentava esconder coisa alguma, embora revelasse sisos comportamentais por pura insegurança alheia à desejos embalsamados de felicidade. Felicidade era algo que já havia, que já se sentia (pois se vivia à alegria de Ser). Ou não! Era necessário mais. Ou não?! Era doutor, mas nunca seria médico. A arte é, pois agora e sempre este o caminho. A vida é, pois agora e sempre se caminha... A escrita é - se não - tornará e tomará estes próximos dias virtuais, momentos oportunos à construção de um legado inútil, ‘pero no mucho...’







Aí, eu peguei e nasci!